Ingra Liberato é uma atriz baiana, que adotou o Rio Grande do Sul, que por sua vez a recebeu de braços abertos, pois todo o gaúcho tem um carinho enorme pela atriz, que começou novinha aos sete anos de idade a atuar! Trabalhou em novelas de grande sucesso, como "Tieta", "Pantanal". Até que notaram seu grande talento e empenho e ganhou o papel de merecido destaque como a protagonista de "Ana Raio e Zé Trovão". Trabalhou com cinema, e teatro. No Teatro, ao lado de Fernanda Carvalho Leite, apresentam para o Publico “Inimigas Intimas" há quatro anos
A Pipoqueira: Como você vê o cinema gaúcho e o cinema Brasileiro?
Ingra Liberato: O cinema gaúcho recebe muita influência do cinema argentino. É um cinema que se aprofunda nas relações humanas com muita sensibilidade e é bem sofisticado.
O cinema brasileiro está crescendo em quantidade e qualidade. Isso é fundamental para que se resolva o nosso maior problema no momento: distribuição. Só as grandes distribuidoras conseguem levar o filme ao grande público. Vejo muitos filmes incríveis em Festivais que provavelmente vão ficar uma semana numa sala de arte. Não é justo. Geralmente esses filmes foram feitos com dinheiro público e todos nós temos o direito de ter acesso a eles. Tem produtoras brasileiras querendo se juntar para ter a força necessária para uma distribuição digna.
A Piporqueira: Existem diferenças entre fazer cinema, televisão e teatro. Você se considera uma atriz do cinema, do teatro ou mais uma atriz da televisão?
Ingra Liberato: Já houve um tempo em que achei que gostava mais de fazer cinema, mas descobri que é porque como expectadora, eu consumo mais o cinema. Então é onde busco mais inspiração pro trabalho e pra vida. Mas a realização profissional não depende do veículo e sim do projeto. Uma das coisas que mais tenho prazer de fazer é a peça “Inimigas Íntimas” que faço há quatro anos com Fernanda Carvalho Leite. O texto foi desenvolvido a partir de um argumento meu. Em Tv também já fiz coisas incríveis, que me marcaram muito como “Tiêta”, “Pantanal”, “Ana Raio e Zé Trovão”, “Indomada”, etc. Se eu pudesse, faria uma novela, um longa e uma temporada de teatro por ano. #Sonho
A Pipoqueira: Em “Valsa para Bruno Stein" você viveu Valéria, uma mulher conformada por assim dizer com a solidão do marido, por ele ser caminhoneiro, como você enxerga esse personagem no cotidiano das mulheres de caminhoneiros?
Ingra Liberato: Quando morava na Bahia, conheci uma família de caminhoneiros onde a esposa acompanhou o marido até não querer mais. Então tinha três filhos grandes e a casa estava sempre cheia de gente. No caso da Valéria, é uma situação específica da personagem.
A pipoqueira: Ingra, você já fez vários personagens, com diferentes personalidades, qual mais lhe marcou? Por quê?
Ingra Liberato: Cada uma marca de forma diferente e profunda. Trabalho buscando o máximo da verdade e isso deixa suas marcas. Me sinto privilegiada por poder ter muitas vidas
A Pipoqueira: Em Inimigas Intimas sua peça de teatro com Fernanda Carvalho Leite, você faz comédia. É mais prazeroso, você se sente mais a vontade com a comédia, ou para você é melhor os personagens com mais carga dramática?
Ingra Liberato:Foi meu primeiro trabalho em comédia quando estreei há quatro anos, mas depois disso, fiz outros e me sinto super a vontade. Adoro!! É outro tipo de trabalho. Pra fazer rir, a gente tem que expor o defeito, o feio, a incapacidade. É muito libertador num certo sentido. Mas também gosto do drama. De novo, o que vai fazer a diferença, é a qualidade do projeto.
A Pipoqueira:"Ana Raio" marcou uma geração, e na reprise novamente conquistou fãs de uma nova faixa etária. Se hoje você tivesse a oportunidade de ficar frente a frente com a personagem, o que Ingra Liberato diria a Ana Raio?
Ingra Liberato: “Menina, você é linda! Transmite uma pureza e força que inspira muita gente. E parabéns por seu caráter, sua dignidade e por ter vivido uma história tão bonita!”
A Pipoqueira: Existe algum personagem que não tenha feito, mas que tenha muita vontade de fazer?
Ingra Liberato:Tem uma que passou pra mim. Já estou velha pra fazer. Maria Quitéria que lutou vestida de homem e escondida do pai na guerra pela independência da Bahia. Mas tem outra que tenho tempo, A americana que passou três meses com os aborígines da Austrália e escreveu o livro “Mensagem do outro lado da terra”. Acho que não precisa ser uma americana. Mas quer saber, o mundo é repleto de figuras humanas brilhantes. Tenho muito o que fazer ainda nessa vida, graças a Deus!
A Pipoqueira: Eu tenho o sonho de trabalhar com cinema, teatro e televisão, já fiz teatro, e estou pensando em voltar, qual dica você dá para jovens como eu que tem esse mesmo sonho?
Ingra Liberato:Minha dica é façam tudo o que aparecer pela frente, até figuração. Estar num set de produção é uma arte e só aprendemos experimentando e conquistando nosso espaço. E a outra grande escola é a vida. Transmitir vida é o nosso trabalho.
A Pipoqueira: Pode adiantar para nós, seus fãs, seus novos projetos?
Ingra Liberato: Tenho um longa pra lançar no início do ano, da Tânia Lamarca. Tem outro pra rodar em maio que não posso contar ainda. Sempre tem a “Inimigas Íntimas” que vocês podem acompanhar pelo site e gostaria de fazer alguma coisa na TV de novo. Estou trabalhando pra isso. Claro que existem sempre muitas conversas que de repente viram realidade. É um mundo onde pensamentos se realizam na hora certa.
Beijos! Ingra Liberato.
Nós do A pipoqueira agradecemos muito a atriz Ingra Liberato, que mesmo com uma agenda corrida reservou um tempinho para nos dar essa entrevista e se aproximar mais dos fãs. Nosso Muito Obrigado!
Quem quiser apreciar mais ainda o trabalho da talentosa atriz, ela e Fernanda Carvalho Leite, estarão em cartaz, neste final de semana dias 28, 29 e 30 de outubro, no Teatro São Pedro em Porto Alegre, sexta e sábado as 21h e no domingo as 18h.
Guto Macenna para o A Pipoqueira!
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