Marcha inspiradora e de urgência ainda
sofre os respingos da minoria que confunde manifestação com destruição!
Dia 27/04 Domingo, a Marcha das
Vadias chegou a sua quarta edição na capital A Marcha que reivindica pelo
direito da mulher em ser livre, que é contra o machismo e a agressão; conseguiu
reunir de 600 a 1.000 pessoas, segundo a brigada de Porto Alegre!
A manifestação começou as 16h. Várias
mulheres de topless, homens vestindo roupas femininas e pessoas no geral que simplesmente
acreditam na causa se reuniram e lotaram as ruas de Poa, com cartazes e gritos de
justiça, de urgência, de verdades! Verdades que precisam ser ditas! Como em
alguns cartazes mesmo foi escrito – CHEGA DE SILÊNCIO! O SILÊNCIO MATA! A
manifestação começou na Redenção, percorreu a Avenida João Pessoa até chegar ao
Colégio Júlio de Castilhos, aonde os manifestantes se dividiram em dois grupos,
uns seguiram até a frente da Delegacia da Mulher e outro se dirigiu até o
bairro Cidade Baixa.
A Avenida Loureiro Silva foi trancada por uns
instantes, nada que prejudicasse a vida de ninguém! As pessoas ao redor paravam
para ver; uns gritavam junto, outros, baixavam a cabeça! Teve aqueles que deram
risadas, é claro, o que esperar, o país está aonde está em função de uma
sociedade muitas vezes burra e preconceituosa! E se tem uma coisa que a marcha
fez, foi passar por muitas dessas pessoas neste dia! Fazendo alguns torcerem o
nariz, outros se revoltarem e houve até aqueles que tentaram debochar, ato
infeliz e impossível quando se observava o número de pessoas que marchavam em
prol das mulheres! Em prol de seus direitos!
Em um todo, acredito que a marcha
foi feliz e cumpriu seu papel! Infelizmente quando o número de pessoas é
grande, em alguns núcleos, a causa se perde! E assim como nas manifestações que
recentemente tivemos, presenciei pessoas virando lixos, pessoas agredindo
outras verbalmente e um ato que achei completamente infeliz, o roubo de um
tapete que logo mais seria queimado! Deixo claro que não falo aqui do movimento
anarquista, nem exponho minha opinião quanto a este! Pois acredito que até para
se fazer a anarquia, precisa se fazer algo organizado, com proposito! Estou
falando de bagunça! O lixo que foi jogado nas ruas, tenho quase certeza que não
vai ser nenhum machista que vai limpar! Assim como o dono do tapete roubado, que
pode muito bem não ser um machista quanto mais um agressor!
Existem pessoas que confundem as
coisas, vão para as ruas para arrumar confusão e não por um real direito!
Realmente acredito que a marcha, não precisava disso! Não se combate a violência
com mais violência! Penso que o sentido da marcha é de gritar – estamos aqui e
não vamos permitir isso! Há quem julgue que ataque é a melhor defesa! Mas em
meio a rostos que clamavam por um mundo melhor, outros procuravam a chance de
atacar e acredito que esse ainda seja o grande problema das reivindicações
aqui no Brasil! Pois ao invés de tocar a consciência de algumas pessoas a
multidão acaba que por vezes sendo confundida por vândalos!
Contudo, os ocorridos foram poucos,
pequenos perto de tanta beleza! Tanta vontade! Tanta força! Muito mais do que mostrar para eles – os machistas
e preconceituosos – sua voz e sua força! Acredito que em meio a marcha ver um
número de pessoas tão grande e tão misto é algo ÍNCRIVEL o movimento foi digno
de APLAUSOS! A marcha podia ser delas, mas eles estavam lá; os feministas, para
dar a mão para cada uma daquelas mulheres e de igual para igual caminhar por um
direito que vai muito além do que das mulheres; é direito de ser humano! Direito
básico de ser livre! Eu estava lá, com muito orgulho, orgulho de ver que tem
pessoas nesse mundo que valem a pena! Que estão vivas e prontas para lutar pelo
que é seu por direito!
Hoje em dia assistimos filmes como “Edward Mãos de Tesoura” e sentimos
nostalgia da nossa infância por conta da repetição na Sessão da Tarde, o que
muitos não sabem é que as maiores inspirações do gênio Tim Burton podem ser
vistas também em seu primeiro curta-metragem. “Vincent”, lançado em 1982, é um
stop motion, sobre um garoto de 12 anos que sonha em ser o ator Vincent Price
e, com sua imaginação, ele viaja nas ilusões de que é o próprio Price. As
formas expressionistas e surrealistas do curta são visualmente incríveis e bem
realizadas, mostrando o talento que Burton tem especialmente com animações.
Muito do que vemos ao longo dos cenários podem ser vistos em outros filmes
atuais do diretor, como o cachorro-zumbi e as formas caligaristas que tem em
todos os seus filmes. Acaba sendo uma viagem criativa pela mente de uma
criança, que é uma metáfora para o próprio Burton e sua infância de sonhos e
ilusões que ele costumava ter em seu quarto. O curioso é que o curta é narrado
pelo próprio Price, cujo Burton conseguiu que ele cedesse a voz ao narrador.
Tim Burton tem Price como seu grande ídolo e acredito que tenha sido uma grande
conquiste dele, antes da fama, conseguir essa participação especial. O mais
interessante é que Price participa também, anos depois, de “Edward Mãos de
Tesoura”, como o inventor das tesouras, acabou que esse foi, tristemente, seu
último filme, pois morreu dois anos depois de câncer de pulmão, deixando a
honra à Burton por ter dirigido seu último filme. Vale à pena conferir esse
filme e ver o quanto alguns gênios se mantem desde o início fazendo grandes
obras. Tim Burton sempre vai ser o poeta das sombras do cinema!
